domingo, 26 de dezembro de 2010

Solidão de filho


Em alguns momentos da minha vida sinto-me sozinha, principalmente quando eu estou distante do meu filho, porque percebo que ele está caminhando com suas próprias pernas. Ele quer independência, liberdade, sei disso tudo, sei que é a lei da vida, mas não consigo aceitar totalmente esta lei.
Fico angustiada, quando ele sai com os amigos, quando ele está longe de mim. Parece que ele só está bem junto de mim, sei que estou agindo errado, e desse jeito eu sofrerei.
 Em algumas ocasiões, eu também saio com os amigos, para amenizar a solidão de filho. Mas na verdade sair me deixa ainda mais longe, e quando volto, no outro dia começa tudo de novo, o desafio com a natureza em ver que meu filho cresceu. Tem seus amigos, tem seus gostos, tem sua liberdade. Eu sei como é boa essa liberdade de ir e vir. Às vezes me acho egoísta de não querer que meu filho viva a sua própria vida, mais está sendo difícil lidar com isso, sozinha. Tenho lutado muito com essa nova situação, recorro diariamente ao meu Deus, ou me apego nas minhas santinhas, e fico com elas a orar, orar e orar. Na angústia da espera dele retornar para casa, eu choro, eu rezo, eu fico angustiada, eu perco o sono.
 Sinto saudades, dos dias da infância e das nossas brincadeiras. Lembro-me como era bom empinar pipa nos parques, andar de bicicleta, ou apenas caminhar pelas ruas da cidade conversando e apreciando as paisagens. Isso não volta mais, então apenas guardo no meu coração essas lembranças tão agradáveis.
Fico sem chão, quando ele está longe de mim. Sinto-me num barco a deriva e não consigo fechar os olhos e deixar o barco me levar nas águas calmas do meu mar.
 Estou sensível, choro com facilidade. Tenho vontade de dormir, dormir, e dormir, sair de cena. Como é difícil lidar com esse desprendimento do filho.
Este trecho um amigo me enviou quando a ele desabafei minha angústia. 

“...Sião vinha dizendo: Meu Deus me abandonou, o Senhor esqueceu-se de mim... Acaso pode uma mulher se esquecer no seu neném, ou não ter amor pelo filhinho de suas entranhas? Se acaso uma mulher se esquecer do seu neném, eu nunca me esquecerei de ti... Eis que te tatuei na palma da minha mão. Tenho tuas muralhas sempre diante dos olhos..."

E assim eu sigo... a vida.

(By Rosicler Ceschin)

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