Vejo tanta inversão de papéis que me assustam. Vejo filhos medindo força com os pais, exigindo igualdade. Escuto pais que dizem não saber mais o que fazer com seus filhos.
E vejo o tempo passar.
Alguns papéis estão sendo invertidos dentro da sociedade. E por quê?
Porque temos a ânsia de suprir nossas derrotas, fracassos ou erros. Quando somos pais erramos muitas vezes e na maioria delas erramos para corrigir o que não tivemos tempo de consertar.
Nossas crianças se tornaram uma platéia de pessoas agitadas. É a geração mais irrequieta e ansiosa que o planeta já conheceu. Mas tanto elas quanto à maioria dos pais não têm culpa. Os pais também estão perdidos. Quem é o culpado? O sistema. Somos nós adultos que o construímos e o alimentamos.
Perdoamos nossos filhos quando eles não fazem suas tarefas escolares, porque nos culpamos em não acompanharmos seus estudos por falta de tempo. Perdoamos nossas desculpas quando perdoamos as falhas e os erros dos nossos filhos.
O que temos de mais urgente e mais precioso? São nossos filhos. Eles deveriam ser as nossas estratégias para atingir nossos mais belos alvos. E por que procuramos algo mais valioso tão longe? Porque adiamos o que deve ser feito hoje.
A hora é agora, de pararmos de correr junto com esse mundo desenfreado da tecnologia que está nos roubando o que temos de valor. Que é nosso tempo, nossa família, nossa privacidade, nossa vida. Não estamos sabendo administrar esse novo. E quando não se sabe o caminho que se deve prosseguir, se perde.
Venho percebendo no dia a dia das pessoas que a paciência saiu de moda. Infelizmente percebo que o imediatismo tomou conta dos seres humanos. Ninguém quer esperar mais nada. Ninguém quer ouvir mais nada. Todos querem as respostas na hora e se não obtiverem, se irritam.
Pais, a modernidade precisa de acompanhamento. Ser moderno não é ser um pai liberal. Mas sim, ser um pai atualizado, zeloso e cuidadoso. Preocupar-se com os filhos ainda está em moda. Querer saber onde ele vai, com quem ele vai, determinar hora para voltar, colocar regras. E no dia seguinte tenha um tempo para conversar com seu filho. Pergunte como foi seu passeio. E assim você poderá estar mais perto dele e também evitará surpresas.
By Rosicler Ceschin